Frei Betto, frade dominicano e escritor, no artigo “Professores de ética”
(Folha de SP, 27/5)
'Se os tubarões fossem homens', perguntou ao Sr. K. a filha da sua senhoria, 'eles seriam mais amáveis com os peixinhos?'
'Certamente', disse ela .
'Se os tubarões fossem homens, construiriam no mar grandes gaiolas para os peixes pequenos, com todo tipo de alimento, tanto animal como vegetal. Cuidariam para que as gaiolas tivessem sempre água fresca, e tomariam toda espécie de medidas sanitárias.
Se, por exemplo, um peixinho ferisse a barbatana, então lhe fariam imediatamente um curativo, para que ele não lhes morresse antes do tempo. Para que os peixinhos não ficassem melancólicos, haveria grandes festas aquáticas de vez em quando, pois os peixinhos alegres têm melhor sabor do que os tristes.
Naturalmente, haveria também escolas nas gaiolas. Nessas escolas os peixinhos aprenderiam como nadar para as goelas dos tubarões. Precisariam saber geografia, por exemplo, para localizar os grandes tubarões que vagueiam descansadamente pelo mar.
O mais importante seria, naturalmente, a formação moral dos peixinhos. Eles seriam informados de que nada existe de mais belo e mais sublime do que um peixinho que se sacrifica contente, e que todos deveriam crer nos tubarões, sobretudo quando dissessem que cuidam de sua felicidade futura. Os peixinhos saberiam que esse futuro só estaria assegurado se estudassem docilmente. Acima de tudo, os peixinhos deveriam evitar toda inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista, e avisar imediatamente os tubarões, se um dentre eles mostrasse tais tendências.
Se os tubarões fossem homens, naturalmente fariam guerras entre si, para conquistar gaiolas e peixinhos estrangeiros. Nessas guerras eles fariam lutar os seus peixinhos, e lhes ensinariam que há uma enorme diferença entre eles e os peixinhos dos outros tubarões. Os peixinhos, eles iriam proclamar, são notoriamente mudos, mas silenciam em línguas diferentes, e por isso não podem se entender. Cada peixinho que na guerra matasse alguns outros, inimigos, que silenciam em outra língua, seria condecorado com uma pequena medalha de sargaço e receberia o título de herói.
Se os tubarões fossem homens, naturalmente haveria também arte entre eles. Haveria belos quadros, representando os dentes dos tubarões em cores soberbas, e suas goelas como jardins onde se brinca deliciosamente. Os teatros do fundo do mar mostrariam valorosos peixinhos nadando com entusiasmo para as gargantas dos tubarões, e a música seria tão bela, que a seus acordes todos os peixinhos, com a orquestra na frente, sonhando, embalados nos pensamentos mais doces, se precipitariam nas gargantas dos tubarões.
Também não faltaria uma religião, se os tubarões fossem homens. Ela ensinaria que a verdadeira vida dos peixinhos começa apenas na barriga dos tubarões.
Além disso, se os tubarões fossem homens também acabaria a idéia de que os peixinhos são iguais entre si. Alguns deles se tornariam funcionários e seriam colocados acima dos outros.
Aqueles ligeiramente maiores poderiam inclusive comer os menores. Isto seria agradável para os tubarões, pois eles teriam, com maior freqüência, bocados maiores para comer. E os peixinhos maiores, detentores de cargos, cuidariam da ordem entre os peixinhos, tornando-se professores, oficiais, construtores de gaiolas, etc. Em suma, haveria uma civilização no mar, se os tubarões fossem homens'.
("Histórias de Mister Keuner" (Keuner em alemão é açoite).
Os integrantes da Mesa diretora da Câmara manuseiam um estudo revelador. Encomendou-o o primeiro-secretário Rafael Guerra (PSDB-MG).
Traz a assinatura de três técnicos (veja os nomes na nota de rodapé). Traça uma análise comparativa do custo de um deputado em diferentes países do mundo..
O blog obteve cópia do documento. Os números revelam que um deputado brasileiro custa mais ao erário do que os seus congêneres de nações ricas e desenvolvidas.
Entre os países listados no estudo, os EUA figuram como única exceção. Em todos os outros o parlamentar custa ao contribuinte menos do que no Brasil.
O levantamento leva em conta o salário e as chamadas verbas de representação, que cobrem as despesas relacionadas com o exercício do mandato. Considerando-se o custo individual do deputado, a coisa ficou assim:
EUA: até R$ 3.814 milhões por ano;
Brasil: até R$ R$ 1.274 milhão anuais;
Alemanha: R$ 1.004 milhão;
França: R$ 736 mil;
Grã-Bretanha: R$ 699 mil;
Chile: R$ 545 mil;
Itália: R$ 469 mil.
Fez-se também uma comparação do custo de um deputado considerando-se a população de cada país. Estimou-se quanto sai do bolso de cada contribuinte.
É esse o pedaço do estudo mais festejado pelos dirigentes da Câmara. O Brasil, por populoso, desceu ao último lugar do ranking. Ficou assim:
Grã-Bretanha: o deputado custa R$ 7,37 para cada mil habitantes;
Alemanha: R$ 7,37 por grupo de mil habitantes;
França: R$ 6,63 por mil;
EUA: R$ 4,88 por mil;
Chile: R$ 3,94 por mil;
Brasil: R$ 3,29 para cada mil habitantes
O estudo da Câmara eximiu-se de fazer uma comparação que talvez seja a mais relevante. Deixou-se de levar em conta as diferenças de renda dos cidadãos de cada países.
Tome-se o exemplo da Grã-Bretanha, acomodado no primeiro lugar do ranking de gastos no recorte que leva em conta o número de habitantes.
O PIB per capita dos 61,1 milhões de britânicos é quatro vezes mais alto do que o dos 198 milhões de brasileiros.
Se tivesse esmiuçado esses dados, o trabalho da Câmara teria concluído que o custo de um deputado brasileiro supera em dez vezes o de um colega britânico.
Elaborado no calor do noticiário sobre a farra das passagens aéreas, o estudo também informa como os deputados estrangeiros utilizam os bilhetes aéreos.
Nos EUA, o Tesouro banca os vôos de parlamentares, assessores ou prestadores de serviço em missão comprovadamente oficial.
Viagens ao exterior, só quando autorizadas pelos presidentes da Câmara ou da comissão a que pertence o deputado. São proibidas as viagens de caráter pessoal, político ou de campanha. Cônjuges e familiares podem acompanhar o deputado em missões oficiais.
Na Grã-Bretanha, o erário cobre as viagens entre o distrito de origem do deputado e Londres. Fora disso, só com autorização prévia. Vôos para outros países da União Européia, só a serviço. Três por ano. Cônjuges e filhos menores de 18 anos dispõem de uma cota de 30 bilhetes por ano para viagens entre o distrito eleitoral do deputado e Londres.
Na França, há uma cota anual de 40 passagens (ida e volta) entre Paris e a circunscrição eleitoral do deputado. Fora desses limites, seis bilhetes anuais. Nada de parentes.
No Chile: cota anual de 60 passagens. Desse total, 48 são nominais. Só podem ser usadas pelo deputado. Doze podem ser cedidas terceiros, por indicação do titular do mandato.
Na Alemanha, são reembolsadas as despesas feitas pelos deputados em vôos domésticos. Há uma cota de R$ 16,5 mil para viagens de trem.
Na Itália, os deputados dispõem de passes para viajar de graça de avião, trem e navio. Recebem auxílio anual o deslocamento até os aeroportos: entre R$ 9,3 mil e R$ 11,2 mil.
Nesta terça (19), os deputados brasileiros foram apesentados a uma novidade. Em vez da miríade de cotas (indenizatória, postagem, telefone, impressão, assessores, etc) vão dispor de uma supercota. Os valores continuam os mesmos –entre R$ 23 mil e R$ 34 mil mensais, a depender do Estado de origem do deputado.
Desfraldou-se uma promessa de cortes. Não chegará ao bolso do parlamentar. Se levada a efeito, afetará o custeio da Câmara. Pretende-se podar R$ 291 milhões do orçamento de 2009. -
PS1.: São os seguintes os autores do estudo da Câmara: Antônio Octávio Cintra, consultor Legislativo, PhD em Ciência Política pelo MIT; Ricardo Rodrigues, diretor da Consultoria Legislativa da Câmara, PhD em Ciência Política na New York University; e Francisco José Pompeu Campos, especialista em políticas públicas e gestão governamental, mestre em Economia pela Universidad Rey Juan Carlos, de Madrid.- PS2: As cifras mencionadas no documento foram convertidas para o Real levando-se em conta a cotação de 8 de maio de 2009.
Escrito por Josias de Souza às 05h32
http://www.youtube.com/watch?v=unEs6x_XtvQ
Após 38 dias, encerra a greve no Hospital São Camilo:
http://www.youtube.com/watch?v=jt7ccDzV8jo
Assista também no Youtube, os comentários de Lasier Martins
http://www.youtube.com/watch?v=xzuoxnLjl9Y
Canal do Youtube:
Mexer na caderneta de poupança é golpe!
* Deputado Heitor Schuch (PSB)
A instituição da caderneta de poupança no Brasil remonta ao ano de 1861, tendo por objetivo captar a economia das pessoas das classes menos favorecidas. Já na sua criação teve os juros estabelecidos em 6% ao ano. Em 1964 sofreu mudanças onde além desta taxa foi estabelecida a correção monetária, sistema que permanece – à exceção de uma alteração ocorrida em 1994 – até os dias atuais.
Não se trata, portanto, de especuladores que entram e saem do mercado a todo o momento em busca de lucros fáceis e altos, criando mecanismos próprios que de tempos em tempos levam a economia a profundas crises como a que estamos vivenciando no momento.
Trata-se sim de pessoas que, mesmo com salários baixos, sacrificam parte do seu consumo para fazer uma reserva que possa lhes socorrer em momentos de dificuldade ou que venha garantir a sua velhice.
Embora a maioria das contas (89%) seja de até R$ 5.000,00, em valores elas representam apenas 13,4%, enquanto os depósitos entre R$ 5.000,00 e 100.000,00 correspondem a 61% do total aplicado em poupança. Existem pessoas que passaram a vida inteira poupando para terem valores que chegam a R$ 100 ou R$ 200 mil. É importante frisar que a remuneração mensal de uma poupança com R$ 100 mil mal chega a um salário mínimo.
Por que então mexer na poupança? Porque os especuladores, ou, se preferirem, os investidores, podem vir a ter rendimentos menores do que os da caderneta e o governo precisa deles para vender seus títulos e rolar a pesada dívida pública interna. Ora, o governo que arranje outros mecanismos para rolar seus débitos e não macule a poupança, que é sagrada para o povo brasileiro.
Por exemplo, pode começar propondo alterações na taxa de administração dos fundos que chagam a 4% ao ano, enquanto o rendimento da poupança gira em torno de 7% ao ano. Se reduzir a taxa de administração para 1,5% ou 2% ao ano, os fundos voltam a serem mais rentáveis. Também não acredito que os grandes especuladores, ou se preferirem investidores, vão aplicar suas fortunas em caderneta de poupança e ficar esperando 30 dias para ter um retorno que já está pré-estabelecido. Isso dificilmente vai acontecer.
Por tudo o que representa a poupança, em especial o investimento em programas sociais como a habitação popular e reserva de valor para a população menos favorecida deste país, esperamos que este governo não entre para a história como o que autorizou se mexer na “economia” do povo brasileiro.
Vanderlan Vasconselos, eleito Prefeito de Esteio, em 1996, assume a Prefeitura em estado precário. Várias dívidas deixadas pela administração anterior, assim como a greve no Hospital São Camilo por atraso de salários.
Assista outros vídeos:
http://www.youtube.com/watch?v=e_aitLNsJxE
http://www.youtube.com/watch?v=2rYHQfDhbPE
http://www.youtube.com/watch?v=L4lsMOUNWMc
http://www.youtube.com/watch?v=GA1hl1AKyXA